quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Chico Science & Nação Zumbi - Afrociberdelia (1996)


Genero: Maracatu Atomico

1. Mateus Enter 0:33
2. O Cidadão do Mundo 3:21
3. Etnia 2:33
4. Quilombo Groove (instrumental) 2:32
5. Macô 4:10
6. Um Passeio no Mundo Livre 4:00
7. Samba do Lado 3:47
8. Maracatu Atômico 4:45
9. O Encontro de Isaac Asimov e Santos Dumont no Céu 1:39
10. Corpo de Lama 3:53
11. Sobremesa 4:00
12. Manguetown 3:15
13. Um Satélite na Cabeça 2:07
14. Baião Ambiental (instrumental) 2:33
15. Sangue de Bairro 2:12
16. Enquanto o Mundo Explode 1:29
17. Interlude Zumbi 1:12
18. Criança de Domingo 3:28
19. Amor de Muito 2:55
20. Samidarish (instrumental) 4:32
21. Maracatu Atômico (Atomic Version) 4:33
22. Maracatu Atômico (Ragga Mix) 3:30
23. Maracatu Atômico (Trip Hop) 3:42

          Lançado em 96 pelo selo Chaos, da Sony Music, funde três influências marcantes no som e nas idéias da banda: a presença da África, diretamente, através da música de Fela Kuti e Manu Dibango e dos toques de candomblé, ou indiretamente, via a predominância do ritmo sobre a melodia; o interesse pela cibernética, como ferramenta de composição e de comunicação; e o flerte com o psicodelismo, através do contato com o rock inglês dos anos sessenta, o dub jamaicano e o funk intergaláctico americano da primeira metade da década de setenta.
         A fusão desses três elementos define Afrociberdelia, um cd onde Chico e seus malungos mostram-se melhor adaptados às artimanhas dos estúdios, inclusive com uma performance vocal de Science bem superior à de sua estréia. A lamentar, apenas, a inclusão de três remixes para Maracatu Atômico sem a devida autorização da banda, uma tentativa canhestra da gravadora de “popularizar” o material.


Trecho da entrevista com Chico Science sobre o album:

UpToDate – O que significa Afrociberdelia?


Chico Science – Afrociberdelia de África, o ponto de fusão do maracatu, da cibernética e da psicodelia. Afrociberdelia é um comportamento, é um estado de espírito, é uma ficção, é a continuação de Da Lama Ao Casos (primeiro álbum). Afrociberdelia é tudo isso. Que mais? É o nosso novo disco.

UpToDate – Qual a diferença do primeiro disco, Da Lama Ao Caos, para o segundo agora, o Afrociberdelia?


Chico Science – A diferença é que agora a gente teve um resultado bem mais maduro, de ter entrado em estúdio, a gente mesmo produzir junto com o Eduardo BID, que é um cara mais novo, um DJ. A gente conseguiu botar um peso no disco. O show tem um peso. E desde o início a gente tem essa preocupação. Eu acho que não só da gente mas das outras pessoas também que diziam que o show tem um peso que o disco não tem. Então a gente procurou dar um peso no disco, diferente do peso do show. O disco tem um peso de consistência, de cada coisa no seu lugar. Então obtivemos um bom resultado nesse disco. Não poderíamos falar em 100%, mas tivemos bons resultados. E está aí o Afrociberdelia, um disco acho que bem legal para hoje.

UpToDate – O Afrociberdelia tem peso mas, ao mesmo tempo, ele parece mais sofisticado que Da Lama Ao Caos, com passagens que lembram acid jazz e dance music. O que significa isso?

Chico Science – Um amadurecimento da banda, das viagens que a gente teve, das músicas que a gente escutou, da preocupação que a gente veio tendo depois do lançamento de Da Lama Ao Caos. De escutar o disco, fazer os shows, ver o que pode melhorar no nosso som, como dar uma timbragem nova aos tambores. O que é que a gente pode melhorar em tudo, no geral. Realmente nós demos uma sofisticada no nosso som mesmo. É por isso que obtivemos esse resultado bem legal e bem consistente do Afrociberdelia.

UpToDate – O que muda no som do Chico Science & Nação Zumbi, do primeiro para o segundo disco?

Chico Science –Nós estamos no segundo disco. O primeiro disco é cru, bem linear, ele ultrapassou muitas fronteiras. Ele chegou a lugares que a gente não imaginava que ele fosse capaz de chegar. Cru do jeito que era. O nosso som é cru também, com esse lado da raiz, de tocar tambor, toca bumbo, largando a porrada em cima. Isso com o resto das coisas que a gente faz.

2 comentários:

  1. Muito bom disco! Viva Chico E Nação.
    Fiquem na Paz de Deus!

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  2. Um obrigado pelo disco, e mais grato ainda por explicar a historia dele. muito bom!

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