quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Realidade Cruel - Dos Barracos de Madeirite Aos Palacios de Platina (2007)



Genero: Rap

Cd 01:

01 - Dos Barracos de Madeirite aos Palácios de Platina
02 - Tsunami
03 - A Trilha Sonora do Gueto
04 - Entre Balas e Rosas
05 - O Resgate
06 - Deus é do Gueto
07 - Vale da Escuridão Parte 2
08 - Brinquedo Maldito
09 - Atráz das Grades de Sangue
10 - Gangsta Rap Nacional
11 - Nos Calabouços do Ódio
12 - Por que Voce não me fez te Amar
13 - Morador di Favela



Cd 02:

01 - A Favela Chora
02 - No Final do Arco Íris
03 - Mesmo Assim
04 - Quem é Você
05 - O Bonde
06 - Ao Menos uma Vez
07 - Triste Vingança
08 - Enquanto a Guerra não Parar
09 - Colibri
10 - Até os Gladiador Chorou
11 - Quem Sabe um Dia
12 - Jardins de Aço

         Com a permissão do mestre supremo eis que aqui estamos novamente guiados, pela sede de justiça.Em nome da verdade, em nome das famílias que ainda clamam por paz ao lembrarem dos entes que se foram em meio a essa guerra sangrenta que sobrevivemos. A favela chora, o morro chora, a periferia chora. Lágrimas que lenço algum consegue secar, a ferida está aberta, não foi estancada. O antídoto é desconhecido por muitos e a cura é um sonho distante pra esse vírus chamado, sistema implacável.
         Clamei ao rei dos céus, por dias menos violentos, mas minhas súplicas ainda não foram suficientes. Aonde você está? Com o que, que você sonha? Carro bom, casa nervosa, jóias, mulheres? Discurso redundante né? Muitas das vezes já disseram que o próprio rap é redundante, mas o que não é? Diz pra mim o que de fato é. Quantos moleques na vida do crime, quantas famílias na vida do crime, quantos policiais na vida do crime, quantas autoridades na vida do crime, sem dizer dos políticos que sobrevivem e vivem com a vida do crime! Tive vontade de um dia de parar com tudo isso ó meu, com essa vida loca, mas de que jeito? Se não sou a solução, será que sou eu o problema? Ou se não sou o problema, será que está em mim a solução? Complexo, muito complexo! E de complexos em complexos, minha voz atravessa alambrados, ruas, grades, em nome daqueles que acreditam em num amanhã melhor, num amanhã de menos cadáveres, num amanhã de menos violência, num amanhã de mais paz. É chegado o momento da mudança, mudança comportamental, racional, espiritual e por que não, lógica. Pega sua vestimenta de guerra e se arma, mas se arma mesmo de coragem, pois o espírito gladiador que há em você, nesse exato momento aflora pronto pra batalha, em humildes barracos de madeirite, aos ilustres palácios de platina. O tsunami em forma de trilha sonora ecoará, trazendo à tona o impiedoso esquartejamento do sistema nos calabouços do ódio. É bem por aí, realidade cruel.

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